A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) pesou e mediu a circunferência da cintura dos entrevistados e os dados demonstram que 56,9% dos brasileiros com 18 anos ou mais estão acima do peso, o que representa 82 milhões de pessoas. O índice é superior ao calculado em 2003 pela POF/IBGE, que registrou 42%. O número de pessoas com excesso de peso e obesidade é resultado das mudanças no padrão de alimentação do brasileiro, bem como o menor tempo dedicado a atividades físicas. A PNS é realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com o IBGE.
De acordo com o Ministério da Saúde, também é preocupante a massa de gordura abdominal, que pela primeira vez foi medida por uma pesquisa no Brasil. Mais da metade das mulheres (52,1%) apresentaram prevalência superior de obesidade abdominal, com cintura acima de 88 cm, segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde. O índice é menor entre os homens: 21,8% têm a cintura acima de 102 cm, o que aponta circunferência aumentada no caso masculino.
Essa medida é importante porque está associada a doenças como obesidade, hipertensão e diabetes, que levam a problemas cardíacos. O público feminino também foi o que registrou maior índice de obesidade. Uma em cada quatro mulheres (24,4%) brasileiras estão obesas. Esse índice era 14% em 2003. Entre os homens o percentual é menor, 16,8%.
Já a pressão alta atinge mais os homens. O estudo mediu a pressão dos entrevistados, algo inédito para um levantamento desta escala, e apontou que 22% dos brasileiros têm pressão arterial elevada. O índice sobe para 25,3% entre homens e, nas mulheres, fica em 19,5%.
PROMOÇÃO DA SAÚDE – O excesso de peso e obesidade são fatores de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que constituem um problema global de saúde e corresponderam por 74% dos óbitos no Brasil no ano de 2012. Já a hipertensão é uma das principais causas de morbidade cardiovascular e fator de risco para complicação de AVC, Acidente Vascular Cerebral. A doença causa 7,5 milhões de mortes no mundo, equivalente a 12,8% do total. Por meio do Farmácia Popular, a população tem acesso a seis medicamentos para hipertensão.
O Ministério da Saúde firmou, em 2011, o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil (2011-2022), com o objetivo de deter o avanço das doenças crônicas e os fatores de risco, com ações também voltadas às crianças. A meta é reduzir em 2% ao ano o número de mortes por estas doenças. Uma das principais ações é a expansão da atenção básica responsável por resolver até 80% dos problemas de saúde. O investimento nesta área cresceu 106% em quatro anos, chegando a R$ 20 bilhões em 2014. São quase 40 mil equipes de Saúde da Família, capazes de atender 60% da população.
Também são realizadas ações de promoção à saúde com mais de 18 milhões de alunos do Ensino Fundamental por meio do Programa Saúde na Escola. Em 2014, mais de 4.000 municípios que participam da iniciativa adotaram também medidas nas creches para avaliação antropométrica e promoção de alimentação saudável das crianças de até dois anos. A partir de acordo firmado entre Ministério da Saúde e as indústrias de alimentação foi possível retirar entre 2011 e 2014, 7.652 toneladas de sódio da mesa do brasileiro.
Sobre o incentivo à prática de atividade física destaca-se o Programa Academia da Saúde, que já conta com 1.568 polos com equipamentos e profissionais qualificados e a publicação do guia alimentar a população brasileira que orientam as famílias a optarem por refeições caseiras.
Fonte: Agência Saúde/Ministério da Saúde
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